Teatradas

O teatro não tem grande impacto na minha vida. Aquele que se vê e que é digno de ser visto. O teatro "a sério", como se costuma dizer.

Talvez por ser mais caro que o cinema, não sei, ao longa da minha vida fui pouquíssimas vezes ao teatro. Acho que consigo contá-las e tudo: 1, 2, 3 (aos sete anos, já não me lembro que peça, O Feiticeiro de Oz e os Rapazes Nus a Cantar). E pronto (ópera não é teatro, mas como tem pessoas, uma história e é num palco, se contarmos com isso, soma apenas 5 vezes. Absolutamente miserável...). Enfim, mesmo assim, gosto mais de teatro que cinema e tenho mesmo pena de não ir mais vezes. A acção desenrola-se no momento, não há lugar para erros ou distracções, pudemos ver de perto os actores, o som e imagem são muito melhores (por muito mau que seja o espaço, ao vivo é sempre melhor).

Nunca tive desejos de ser actriz nem nada que se parecesse (como parece que agora é moda), sempre soube perfeitamente que o meu lugar era sentadinha numa cadeira, de preferência nos primeiros lugares que eu sou baixinha e calham-me sempre cabeçudos. Mas mesmo assim adoro fazer teatro, e de uma maneira ou outra arranjo maneira de me meter nalguma coisa do género: Lágrimas de Sangue, Bela Adormecida, A Menina Feia, As Crianças de Hamelin... Até em inglês (língua que abomino, que me soa tão bárbara e cascalhosa, se é que esta palavra existe) fiz alguma coisa. E em francês misturado com português ("Vive le Roi!... Oh meu Deus!"), também. E na terra do meu avô, onde é que isso já vai. Etc etc...

O teatro (ou mais correctamente, as "teatradas") são no fundo uma maneira de me divertir. Por isso nunca o levo muito a sério e os ensaios são passados a rir ("Agora vou desfalecer... pum, já está"). Este ano e o ano passado foram principalmente uma maneira de puder ver amigos dos quais me afastei devido às aulas. Podíamos não nos ver toda a semana, mas aquele dia era nosso.

Podemos não ter muita gente a assitir, pudemos chatear-nos todos vinte vezes no mesmo dia, que eu não quero saber... Vou ter saudades!